A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) calcula que o investimento em imóveis tenha rendido, em média, 15,3% ao ano na década que vai de 2009 a 2019. A soma considera tanto o retorno médio do aluguel, de 5,9% ao ano, como a valorização dos imóveis de 9,4% ao ano.
O período foi marcado por altos e baixos. De 2009 a 2014, houve o "boom" do mercado imobiliário, com alta nos preços dos imóveis e valorização anual de quase 25% sobre o preço de compra. Em um ano, por exemplo, um imóvel de R$ 100 mil passava a valer em média R$ 125 mil.
A partir de 2015, no entanto, o percentual médio de valorização caiu para menos 1% ao ano até chegar em patamares negativos, de desvalorização dos imóveis de 2017 em diante.
Investimento em imóveis X renda fixa
Ano | Valorização média do imóvel no Brasil | Retorno médio anual do aluguel | Ganho total do investimento em imóvel | Rendimento da poupança | Rendimento do CDI |
2009 | 19.80% | 6.70% | 26.40% | 6.30% | 9.90% |
2010 | 21.90% | 6.30% | 28.20% | 6.10% | 9.80% |
2011 | 24.90% | 5.90% | 30.80% | 6.70% | 11.60% |
2012 | 11.90% | 5.60% | 17.40% | 5.50% | 8.50% |
2013 | 12.70% | 5.40% | 18.10% | 5.10% | 8.20% |
2014 | 5.90% | 5.20% | 11.00% | 6.30% | 10.90% |
2015 | 0.90% | 4.90% | 5.90% | 7.10% | 13.30% |
2016 | 0.70% | 4.70% | 5.40% | 7.40% | 14.00% |
2017 | -0.50% | 4.60% | 4.10% | 6.10% | 10.00% |
2018 | -0.20% | 4.70% | 4.50% | 4.30% | 6.40% |
2019 | -0.10% | 4.90% | 4.70% | 4.10% | 5.90% |
Desde então, existe uma expectativa de recuperação do setor imobiliário. A passos ainda lentos, a curva vem voltando a virar para cima, com tendência de alta. De 2018 para 2019, ainda houve desvalorização média, mas cada ano menor.
"No atual contexto de juros baixos, com Selic de 2,25%, o investimento em imóvel fica ainda mais atrativo e vantajoso, principalmente quando é comparado com a renda fixa e considerando que os ativos reais tendem a se valorizar com juros baixos", diz o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França.
Para França, o mercado imobiliário tem se mostrado resiliente, mostrando uma rentabilidade boa no longo prazo, mesmo diante de momentos de dificuldades. Ele destaca que o alto déficit habitacional no Brasil é um dos incentivadores do mercado.
Em 2017, o déficit era de 7,8 milhões de unidades, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Abrainc.
"Tem tanta gente que precisa comprar imóvel que mesmo com a crise o mercado segue. O financiamento está mais barato e mais longo no mercado brasileiro e as pessoas acabam comprando o imóvel que caiba no bolso dela e vai ter um ativo com tendência de valorização", afirma.